própria educação e da pressão dos costumes.
Há, obviamente, uma alusão à alegoria da caverna platônica;
3) ÍDOLOS DA VIDA PÚBLICA, ou os que se relacionam à tirania das palavras e à influência dos hábitos verbais sobre a liberdade do espírito; Estes estão vinculados à linguagem e decorrem do mau uso que dela fazemos;
4) ÍDOLOS DO TEATRO, ou os que dizem respeito ao pensamento tradicional e se referem sobretudo ao sistema aristotélico e à filosofia medieval. Decorrem da irrestrita subordinação à autoridade (por exemplo, a de Aristóteles). Os sistemas filosóficos careciam de demonstração, eram pura invenção como as peças de teatro.
O MÉTODO
O objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do raciocínio silogístico aristotélico mas sim da observação e da experimentação regulada pelo raciocínio indutivo. O conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenômenos que, se devidamente observados, apresentam a causa real dos fenômenos.
3) ÍDOLOS DA VIDA PÚBLICA, ou os que se relacionam à tirania das palavras e à influência dos hábitos verbais sobre a liberdade do espírito; Estes estão vinculados à linguagem e decorrem do mau uso que dela fazemos;
4) ÍDOLOS DO TEATRO, ou os que dizem respeito ao pensamento tradicional e se referem sobretudo ao sistema aristotélico e à filosofia medieval. Decorrem da irrestrita subordinação à autoridade (por exemplo, a de Aristóteles). Os sistemas filosóficos careciam de demonstração, eram pura invenção como as peças de teatro.
O MÉTODO
O objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do raciocínio silogístico aristotélico mas sim da observação e da experimentação regulada pelo raciocínio indutivo. O conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenômenos que, se devidamente observados, apresentam a causa real dos fenômenos.
Galileu
É agora
que batemos à porta de Galileu
Galilei, cientista italiano nascido em 1564 e falecido em 1642. As pesquisas,
descobertas e invenções de Galileu são mais do que suficientes para gravar seu
nome na história da ciência. Como astrônomo, físico, geômetra, inventor do
telescópio e outros tantos trabalhos magistralmente realizados, Galileu é
criador de uma obra vasta e por si só revolucionária.
Mas Galileu não apenas fez ciência. Ele mudou para sempre o modo como se faz ciência e definiu um novo paradigma para todos os cientistas que lhe sucederam.
Como vimos em nossa visita a Aristóteles, o sábio grego foi além do que propunha Platão, seu mestre, uma vez que este desprezava o mundo natural, que julgava imperfeito demais para merecer atenção, enquanto Aristóteles dedicou à natureza uma atenção metódica e um requintado registro de suas observações.
Também usou sua lógica recém codificada para estudar a causa de cada coisa que observava e assim dar-lhe uma explicação racional e consistente. Mas faltava algo no modo de fazer ciência de Aristóteles.
A observação metódica e a conclusão racional, por si só, não garantem uma explicação correta sobre as causas e mecanismos dos fenômenos, uma vez que não podemos ter certeza se todos os fatores que influenciam o fenômeno em questão foram devida e corretamente observados e analisados.
Por conta disto, Aristóteles fez algumas afirmações que correspondiam perfeitamente ao que ele observava na natureza, mas que eram incorretas por sua análise ser incompleta. Um destes casos foi quando o filósofo grego disse que os objetos mais pesados caíam mais depressa que os objetos mais leves.
Mas Galileu não apenas fez ciência. Ele mudou para sempre o modo como se faz ciência e definiu um novo paradigma para todos os cientistas que lhe sucederam.
Como vimos em nossa visita a Aristóteles, o sábio grego foi além do que propunha Platão, seu mestre, uma vez que este desprezava o mundo natural, que julgava imperfeito demais para merecer atenção, enquanto Aristóteles dedicou à natureza uma atenção metódica e um requintado registro de suas observações.
Também usou sua lógica recém codificada para estudar a causa de cada coisa que observava e assim dar-lhe uma explicação racional e consistente. Mas faltava algo no modo de fazer ciência de Aristóteles.
A observação metódica e a conclusão racional, por si só, não garantem uma explicação correta sobre as causas e mecanismos dos fenômenos, uma vez que não podemos ter certeza se todos os fatores que influenciam o fenômeno em questão foram devida e corretamente observados e analisados.
Por conta disto, Aristóteles fez algumas afirmações que correspondiam perfeitamente ao que ele observava na natureza, mas que eram incorretas por sua análise ser incompleta. Um destes casos foi quando o filósofo grego disse que os objetos mais pesados caíam mais depressa que os objetos mais leves.
Além de Aristóteles
Quem
observa o cair de uma pedra e de uma pena chega facilmente à mesma conclusão.
Na época, não havia meios instrumentais eficientes para testar estas quedas em
ambiente de vácuo e assim verificar que era a resistência do ar e não a massa
dos corpos que fazia a pedra cair mais rápido que a pena.
Galileu não se deixou conduzir nem pela autoridade intelectual que Aristóteles possuía entre os cientistas de seu tempo, nem pela primeira impressão resultante da observação da queda de diferentes corpos.
Diz uma tradição que Galileu subiu a torre inclinada de Pisa e de lá lançou duas balas metálicas, uma grande de canhão e outra pequena de mosquete, e demonstrou que atiradas ao mesmo tempo do alto da torre ambas chegavam juntas ao chão, provando que corpos de pesos diferentes caíam com a mesma aceleração.
Esta versão é antes tradicional que comprovada. Mas está documentado que Galileu elaborou criteriosos experimentos em plano inclinado, para testar a aceleração de corpos de diferentes massas.
Galileu não se deixou conduzir nem pela autoridade intelectual que Aristóteles possuía entre os cientistas de seu tempo, nem pela primeira impressão resultante da observação da queda de diferentes corpos.
Diz uma tradição que Galileu subiu a torre inclinada de Pisa e de lá lançou duas balas metálicas, uma grande de canhão e outra pequena de mosquete, e demonstrou que atiradas ao mesmo tempo do alto da torre ambas chegavam juntas ao chão, provando que corpos de pesos diferentes caíam com a mesma aceleração.
Esta versão é antes tradicional que comprovada. Mas está documentado que Galileu elaborou criteriosos experimentos em plano inclinado, para testar a aceleração de corpos de diferentes massas.
Experimentos metódicos
Com sua atitude, Galileu introduzia ao método
científico uma de suas mais indispensáveis características - não basta uma boa
observação e explicação de um fenômeno, é preciso que experimentos metódicos
validem esta observação e explicação.
Assim a ciência ganhava um adjetivo a mais, tornava-se experimental, conhecimentos adquiridos de modo empírico, ou seja, pela observação e experimentação do que percebíamos na natureza.
Foi com esta convicção que Galileu desafiou outro dogma aristotélico, a idéia vigente na época de que a Terra era o centro do universo e que o sol e as estrelas giravam em torno dela. Esta idéia não era de Galileu, pois já havia sido anteriormente proposta de modo elaborado por Copérnico e Kepler, cientistas que o antecederam no estudo do movimento da Terra.
Mas coube a Galileu passar a história por ter sido submetido à censura da Inquisição por conta de sua defesa do heliocentrismo o - o sol como centro do sistema solar.
Há um certo exagero nas versões que dizem que o grande cientista correu o risco de ir para a fogueira sob a acusação de heresia, uma vez que muitos religiosos da época eram também cientistas e sabiam que Galileu se baseava em observações e estudos muito bem fundamentados, sendo que qualquer ação que os inquisidores fizessem contra estas descobertas apenas retardaria seu reconhecimento geral como verdadeiras.
Talvez por isto, atribui-se a Galileu a frase "Eppur si muove!", ("no entanto, move-se", em italiano), que teria dito enquanto cumpria a sentença inquisitorial que o obrigava a negar publicamente que a Terra se movia.
A vida e obra de Galileu são a melhor ilustração de que a verdadeira ciência deve se submeter à uma única autoridade - a verificação constante de suas próprias afirmações.
Enquanto uma teoria científica for comprovada por verificações sucessivas, ela é considerada válida. Quando uma nova verificação demonstra de modo incontestável que as anteriores estavam erradas, abandonam-se as explicações anteriores e adotam-se as novas.
Nem a autoridade intelectual de Aristóteles e nem a autoridade religiosa da Igreja conseguiram dobrar esta convicção de Galileu de que era assim que a ciência deveria ser conduzida.
Por esta sua postura e por todos os seus feitos, o monumento fúnebre de Galileu Galilei, em Florença, na Itália, ostenta a merecida inscrição "nulli aetatis suae comparandus", que, em tradução livre, pode ser transcrita em uma só palavra: "incomparável".
Assim a ciência ganhava um adjetivo a mais, tornava-se experimental, conhecimentos adquiridos de modo empírico, ou seja, pela observação e experimentação do que percebíamos na natureza.
Foi com esta convicção que Galileu desafiou outro dogma aristotélico, a idéia vigente na época de que a Terra era o centro do universo e que o sol e as estrelas giravam em torno dela. Esta idéia não era de Galileu, pois já havia sido anteriormente proposta de modo elaborado por Copérnico e Kepler, cientistas que o antecederam no estudo do movimento da Terra.
Mas coube a Galileu passar a história por ter sido submetido à censura da Inquisição por conta de sua defesa do heliocentrismo o - o sol como centro do sistema solar.
Há um certo exagero nas versões que dizem que o grande cientista correu o risco de ir para a fogueira sob a acusação de heresia, uma vez que muitos religiosos da época eram também cientistas e sabiam que Galileu se baseava em observações e estudos muito bem fundamentados, sendo que qualquer ação que os inquisidores fizessem contra estas descobertas apenas retardaria seu reconhecimento geral como verdadeiras.
Talvez por isto, atribui-se a Galileu a frase "Eppur si muove!", ("no entanto, move-se", em italiano), que teria dito enquanto cumpria a sentença inquisitorial que o obrigava a negar publicamente que a Terra se movia.
A vida e obra de Galileu são a melhor ilustração de que a verdadeira ciência deve se submeter à uma única autoridade - a verificação constante de suas próprias afirmações.
Enquanto uma teoria científica for comprovada por verificações sucessivas, ela é considerada válida. Quando uma nova verificação demonstra de modo incontestável que as anteriores estavam erradas, abandonam-se as explicações anteriores e adotam-se as novas.
Nem a autoridade intelectual de Aristóteles e nem a autoridade religiosa da Igreja conseguiram dobrar esta convicção de Galileu de que era assim que a ciência deveria ser conduzida.
Por esta sua postura e por todos os seus feitos, o monumento fúnebre de Galileu Galilei, em Florença, na Itália, ostenta a merecida inscrição "nulli aetatis suae comparandus", que, em tradução livre, pode ser transcrita em uma só palavra: "incomparável".
As características da Ciência Moderna de Galileu
Galilei
-Experimental: costuma-se falar que Galileu não
esperava a natureza responder-lhe em seu processo natural, mais sim forçava-a
responder em experiências laboratoriais providas de um considerável aparato
técnico;
- Quantitativa: marcada pela matematização e
mensuração dos fenômenos
- Procedimento técnico
- Método Indutivo: estudo de casos particulares
para possíveis generalizações de hipóteses por via da comprovação empírica
- Comprovação Empírica
A contribuição de Newton ao mundo tecnológico
Se as duas
primeiras paradas de nosso pequeno passeio pela história da ciência, quando
visitamos Aristóteles e Galileu,
distavam muitos séculos uma da outra, não precisaremos viajar no tempo para
chegarmos à terceira etapa.
No mesmo ano em que a humanidade ficou sem o brilho de Galileu Galilei, acendia-se aquela que seria uma das inteligências científicas mais luminosas de todos os tempos. Em 1642, nascia na Inglaterra Isaac Newton.
Todos conhecem seu nome e o associam rapidamente a uma certa maçã que teria caído da árvore e o inspirado a explicar como e porque tal queda acontecia.
No mesmo ano em que a humanidade ficou sem o brilho de Galileu Galilei, acendia-se aquela que seria uma das inteligências científicas mais luminosas de todos os tempos. Em 1642, nascia na Inglaterra Isaac Newton.
Todos conhecem seu nome e o associam rapidamente a uma certa maçã que teria caído da árvore e o inspirado a explicar como e porque tal queda acontecia.
A
mecânica do cosmos
O
trabalho elaborado para explicar um fenômeno aparentemente banal, terminou na
descoberta de leis universais que descreviam através de algumas equações
simples a mecânica de todo o cosmos.
Verdadeira ou lendária, a cena singela de um fruto caindo se tornar o ponto de partida de uma revolução científica retrata a grandeza da ciência em sua simplicidade e elegância.
E foi através da obra de sir Isaac Newton que a simplicidade, elegância e grandeza científica se mostraram em sua plenitude. Como vimos, desde Aristóteles, os cientistas procuravam explicar o mundo através do raciocínio lógico, da observação e descrição metódica dos seres e dos fenômenos.
Galileu incluiu o requisito da comprovação experimental entre os fundamentos da pesquisa científica. Newton foi além. Ao pesquisar a queda e o movimento dos corpos, mais do que descrever as observações e experimentações, codificou-as matematicamente em um sistema de equações capazes de representar os fenômenos em um quadro analítico de onde conclusões exatas podiam ser tiradas.
Verdadeira ou lendária, a cena singela de um fruto caindo se tornar o ponto de partida de uma revolução científica retrata a grandeza da ciência em sua simplicidade e elegância.
E foi através da obra de sir Isaac Newton que a simplicidade, elegância e grandeza científica se mostraram em sua plenitude. Como vimos, desde Aristóteles, os cientistas procuravam explicar o mundo através do raciocínio lógico, da observação e descrição metódica dos seres e dos fenômenos.
Galileu incluiu o requisito da comprovação experimental entre os fundamentos da pesquisa científica. Newton foi além. Ao pesquisar a queda e o movimento dos corpos, mais do que descrever as observações e experimentações, codificou-as matematicamente em um sistema de equações capazes de representar os fenômenos em um quadro analítico de onde conclusões exatas podiam ser tiradas.
Ferramentas matemáticas
Como a
matemática de sua época não lhe fornecia as ferramentas suficientes, Newton
tratou de criá-las, tornando-se o inventor do cálculo diferencial integral,
mérito que divide com Leibniz.
Por tudo isto, o ano de 1687 se tornaria decisivo para a história da ciência: foi quando Newton publicou sua grande obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, "Princípios Matemáticos de Filosofia Natural".
Os Principia apresentavam as leis da gravitação universal, demonstrando que os corpos materiais se atraem na razão direta de suas massas e na razão inversa do quadrado das distâncias. Este princípio, em particular, pode ser matematicamente expresso em uma formulinha de poucas letras, mas explica tanto o porquê de as maçãs caírem, como mostra a razão de os planetas descreverem órbitas eliptícas em torno do Sol.
Por tudo isto, o ano de 1687 se tornaria decisivo para a história da ciência: foi quando Newton publicou sua grande obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, "Princípios Matemáticos de Filosofia Natural".
Os Principia apresentavam as leis da gravitação universal, demonstrando que os corpos materiais se atraem na razão direta de suas massas e na razão inversa do quadrado das distâncias. Este princípio, em particular, pode ser matematicamente expresso em uma formulinha de poucas letras, mas explica tanto o porquê de as maçãs caírem, como mostra a razão de os planetas descreverem órbitas eliptícas em torno do Sol.
As leis do universo
Também
constava da grande obra as leis do movimento e inércia, a lei fundamental da dinâmica e a lei da ação e reação, assim como os
fundamentos do cálculo diferencial integral e várias outras dissertações.
O impacto da publicação dos Principia foi tão grande que a história da ciência pode ser divida em antes e depois dele. Se os complexos movimentos cósmicos dos astros podiam ser descritos em algumas poucas equações simples e se estas equações se mostravam corretas e confirmadas toda vez que comparadas com as observações dos fenômenos, então existíamos em um universo regido por leis matemáticas.
O conhecimento destas leis matemáticas universalmente válidas nos habilitava a fazer previsões sobre o resultado final dos fenômenos, apenas conhecendo suas variáveis causais.
O impacto da publicação dos Principia foi tão grande que a história da ciência pode ser divida em antes e depois dele. Se os complexos movimentos cósmicos dos astros podiam ser descritos em algumas poucas equações simples e se estas equações se mostravam corretas e confirmadas toda vez que comparadas com as observações dos fenômenos, então existíamos em um universo regido por leis matemáticas.
O conhecimento destas leis matemáticas universalmente válidas nos habilitava a fazer previsões sobre o resultado final dos fenômenos, apenas conhecendo suas variáveis causais.
Determinismo científico
Estavam lançadas as bases do que seria chamado
depois de determinismo científico, a idéia de que a ciência pode determinar com
certeza o comportamento de qualquer fenômeno físico.
Esta visão determinista da ciência só mudaria no século 20, com a descoberta dos fenômenos quânticos que resultaram na elaboração do Princípio da Incerteza, de Heisenberg.
Sir Isaac Newton foi, sem dúvida, um dos maiores gênios da história. Além de seus estudos sobre a gravitação e o movimento dos corpos, fez descobertas importantes sobre a composição da luz e estudos em química, geometria, teologia, alquimia e filosofia.
Nosso mundo tecnológico, construído sobre uma engenharia matemática não seria possível sem suas inovadoras descrições dos fenômenos físicos. Newton elevou a ciência a uma condição de nobreza e por isto conquistou o direito de ser chamado Sir. Um título merecido para a mais nobre mente científica de seu tempo.
Esta visão determinista da ciência só mudaria no século 20, com a descoberta dos fenômenos quânticos que resultaram na elaboração do Princípio da Incerteza, de Heisenberg.
Sir Isaac Newton foi, sem dúvida, um dos maiores gênios da história. Além de seus estudos sobre a gravitação e o movimento dos corpos, fez descobertas importantes sobre a composição da luz e estudos em química, geometria, teologia, alquimia e filosofia.
Nosso mundo tecnológico, construído sobre uma engenharia matemática não seria possível sem suas inovadoras descrições dos fenômenos físicos. Newton elevou a ciência a uma condição de nobreza e por isto conquistou o direito de ser chamado Sir. Um título merecido para a mais nobre mente científica de seu tempo.
Karl Popper, falseabilidade e limites da ciência
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Karl
Popper nasceu em 1902, praticamente junto com o século 20. Nessa época, a
ciência parecia ter atingido o auge do prestígio. A revolução industrial iniciada na Inglaterra do século 18 se
fundamentou na divisão e organização do trabalho e nas novas tecnologias que
aproveitaram as possibilidades abertas pela ciência determinista de sir Isaac
Newton.
A utilização maciça das aplicações técnicas do conhecimento científico produziu um período de progresso material acelerado, no qual a humanidade avançou mais em dois séculos neste campo do que nos quatro mil anos anteriores.
Esse progresso acelerado colocou o conhecimento científico numa posição de destaque, que, no século 19, culminou no cientificismo, a crença de que tudo poderia ser explicado pela ciência, que deveria ser colocada acima de todos os outros modos do saber.
A utilização maciça das aplicações técnicas do conhecimento científico produziu um período de progresso material acelerado, no qual a humanidade avançou mais em dois séculos neste campo do que nos quatro mil anos anteriores.
Esse progresso acelerado colocou o conhecimento científico numa posição de destaque, que, no século 19, culminou no cientificismo, a crença de que tudo poderia ser explicado pela ciência, que deveria ser colocada acima de todos os outros modos do saber.
Supervalorização da ciência
Essa
combinação de fatores sócio-históricos gerou grandes distorções, como o fato de
a ciência, tornada laica pelo iluminismo europeu, ganhar status religioso em
doutrinas como o positivismo e outras, durante o século 19 e início do 20.
É neste ambiente de supervalorização do progresso científico e de deturpação da natureza original da ciência que surge Karl Popper, que se tornaria o mais influente e respeitado filósofo da ciência entre os homens que a fazem nos dias de hoje. Austríaco de nascimento e britânico por opção, Popper é o autor da definição atualmente mais aceita de teoria científica:
É neste ambiente de supervalorização do progresso científico e de deturpação da natureza original da ciência que surge Karl Popper, que se tornaria o mais influente e respeitado filósofo da ciência entre os homens que a fazem nos dias de hoje. Austríaco de nascimento e britânico por opção, Popper é o autor da definição atualmente mais aceita de teoria científica:
"Uma
teoria científica é um modelo matemático que descreve e codifica as observações
que fazemos. Assim, uma boa teoria deverá descrever uma vasta série de
fenômenos com base em alguns postulados simples como também deverá ser capaz de
fazer previsões claras as quais poderão ser testadas."
Com esta definição, a simplicidade e a clareza voltavam a ser virtudes identificadoras da boa ciência, que assim se separa das mistificações que nos dois séculos anteriores tentaram pegar carona em seu prestígio.
Com esta definição, a simplicidade e a clareza voltavam a ser virtudes identificadoras da boa ciência, que assim se separa das mistificações que nos dois séculos anteriores tentaram pegar carona em seu prestígio.