ARTE - LEANDRO



              
 ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA

Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a Pré-História. Esse período não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita.
 A Pré-história divide-se em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. A Idade da Pedra foi dividida em dois períodos: Paleolítico e Neolítico. Os povos antigos, antes de conhecerem a escrita, já produziam obras de arte. Os homens das cavernas faziam figuras em suas paredes, representando os animais e as pessoas da época, com pinturas representando cenas de caças e ritos religiosos, tendo Lascaux (França) e Altamira (Espanha), como principais referências de arte rupestre.
PALEOLÍTICO ou PEDRA LASCADA.
                       
O período paleolítico também é conhecido como Idade da Pedra Lascada. O homem fabricava utensílios de pedra lascada e madeira, é um período pré-histórico correspondente ao intervalo (30.000 a.C. e 10.000 a.C.) entre a primeira utilização de utensílios pelo homem até ao início do Neolítico.
No período Paleolítico, o homem era nômade, preocupava-se com a caça e a pesca para sua sobrevivência, morava em cavernas para se proteger do frio e dos animais.
Descrição: [1254247113_ee3f6d6974_b[1].jpg]As primeiras expressões da arte eram muito simples. Consistiam em traços feitos nas paredes de argila das cavernas ou das "mãos em negativo". Somente muito tempo depois de dominarem a técnica das "mãos em negativo" é que os artistas pré-históricos começaram a desenhar e pintar animais.
Para se obter uma "mão em negativo", os homens pré-históricos após obter um pó colorido a partir da trituração de rochas, os artistas sopravam, através de um canudo, sobre a mão pousada na parede da caverna. A região em volta da mão ficava colorida e a parte coberta, não. Assim, obtinha-se uma silhueta da mão, como um filme em negativo.
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfDh7GMqF4MMstikX3d_pryyAccST4bMu9CZmw31bQVGgnzAl7Mku8O51rbZOAAbQvAN_w5ZRAXaEeQf8WaHOyrioW_QSYJlLFib0LsG4oOhHIY71wSaCuFLyam0m8IM8JiRvtyb9wQ5b2/s400/bisao-do-salao-negro-arte-paleolitica.jpgA principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual se procurava interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas.
Em suas pinturas, o homem da caverna usava óxidos minerais, ossos carbonizados, carvão, vegetais, e sangue de animais. Os elementos sólidos eram esmagados e dissolvidos na gordura dos animais caçados. Como pincel, acredita-se que utilizaram inicialmente o dedo, mas há indícios de terem empregados pinceis feitos de penas e pêlos.  
    Nesta época também começaram a aparecer estatuetas em marfim e osso, baixos-relevos em pedra, desenhos de incisão em osso e pedras, decoração de armas e utensílio. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de Willendorf e Savignano.

NEOLÍTICO ou PEDRA POLIDA

O Neolítico, também denominado de Idade da Pedra Polida, é um período da Pré-História que compreende o espaço de tempo entre 12000 a.C. e 4000 a.C. O nome “Idade da Pedra Polida” é dado em referência ao fato de que, neste período, o homem aprendeu a polir a pedra e a fabricar instrumentos mais eficientes, como machados, lâminas de corte, serras, etc.
Neste período, o homem deu um dos passos mais importantes para seu desenvolvimento ao descobrir a agricultura e a domesticação de animais (Revolução neolítica). Assim, encontrou uma nova forma diferente e relativamente não-esgotável de obter alimentos, deixando de ser nômade para ser sedentário, ou seja, que possui um uma residência fixa.
O clima da Terra no Neolítico era bastante diferente do Paleolítico. De fato, a crosta terrestre se aqueceu, findando a Era Glacial. Isso permitiu a formação de rios e desertos. Foi nessa fase que se iniciou a divisão do trabalho e a diferenciação social. Os homens se dedicavam à caça e as mulheres, à agricultura e à educação das crianças. Surge também o comércio. O homem do Neolítico utilizava os métodos de trocas, uma vez que a moeda ainda não havia sido criada.
O homem desenvolveu técnicas de tecelagem e moagem. Também descobriu a roda e a tração animal, facilitando bastante sua vida. Uma vantagem desses avanços tecnológicos foi a utilização de roupas de lã negra e de pele de cabra.
Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e racionalização. Como consequência surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da vida coletiva, do trabalho e de danças.
Além de desenhos e pinturas, o artista do neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade do objeto. Dois belos exemplos dessa cerâmica são a Ânfora em terracota na Dinamarca e o Vaso escandinavo em terracota. Essa invenção deve ter sido fruto do acaso: o homem observou que, ao recobrir com argila os recipientes de madeira, estes endureciam com o fogo e ficavam mais resistentes. No início, os recipientes eram moldados à mão.

Outro avanço do homem neolítico é os Monumentos megalíticos ou megálito, uma construção monumental com base em grandes blocos de pedras rudes.
Para erigir seus monumentos, os homens da época pré-histórica provavelmente começaram por levantar uma coluna, em honra de um deus ou de um acontecimento importante, embora a maioria dos historiadores relacionam o seu aparecimento com
Esses monumentos pré-históricos eram pedras, cravadas verticalmente no solo, às vezes bastante grandes (megalito denominado menir) e o conjunto dessas pedras é chamado de cromeleque. Pelo peso dessas pedras, algumas de mais de três toneladas, acredita-se que não poderiam ter sido transportadas sem o conhecimento da alavanca.
São também desse período as construções denominadas dólmens. Consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e em uma grande pedra colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. O porquê dessas construções ainda não foi suficientemente esclarecido pela história. Sendo a principal delas, o santuário de Stonehenge.

             ARTE PRÉ-HISTÓRICA BRASILEIRA

O Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, concentra o maior número de pinturas rupestres do mundo que, atualmente, totalizam cerca de mil espaços de pinturas e gravuras, além de 292 aldeias, sítios cemitérios, acampamentos temporários, oficinas líticas – local em que confeccionavam e amolavam artefatos – e cerâmicas. Pelo valor cultural desse acervo, o parque foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1991.
O sítio mais famoso é a Toca do Boqueirão da Pedra Furada. As paredes do local estão cobertas por mais de mil pinturas rupestres de diversos períodos. Além da ampla plataforma, que tornava possível a permanência de um grande número de indivíduos.
As pinturas rupestres são os vestígios que restaram de práticas rituais executadas durante milênios. Representam cenas da vida cotidiana e cerimonial de grupos étnicos da Pré-História.
As pinturas foram utilizadas como marcadores de memória e reforçaram a transmissão do saber às novas gerações. No início, eram claramente expositivas, refletindo uma dinâmica surpreendente. Figuras humanas e de animais são representadas em atividades lúdicas com grande variedade de composições. A simplicidade e a espontaneidade da ação representada transmitem mensagens abertas e acessíveis a qualquer observador. Com o tempo, aparecem evidências de maior domínio da técnica gráfica. A ornamentação dessas figuras passa a ser prioritária, e os símbolos predominam em detrimento do caráter figurativo das ações representadas. São numerosos os gestos criativos que se sucederam, originados por várias mãos de muitas gerações, mas o observador pode reconhecer unidades culturais e uma clara diferenciação de estilo. A diversidade dos sítios e a riqueza de suas pinturas fazem do Parque Nacional Serra da Capivara uma fonte de informações sobre a vida das primeiras ocupações humanas na América.


ARTE EGÍPCIA

“No Egito, as bibliotecas eram chamadas de ''tesouro dos remédios da alma''. De fato nelas se curava a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.” (Jacques Benigno Bossuet)

As primeiras tribos nômades se fixaram no vale e no delta do Nilo em tempos pré-históricos. Com o desenvolvimento da agricultura, esses grupamentos criaram vínculos comunais, pois se reuniam para semear as terras e irrigar as plantações após a cheia do Nilo. Eles formaram aldeias rurais que estruturaram-se em províncias denominadas de nomos. Por volta de 4.000 a 3.500 a.C, impulsionados pela necessidade de fortalecimento econômico e como estratégia de defesa contra os inimigos, os nomos agruparam-se em dois reinos: o Alto e o Baixo Egito. A unificação do Egito, construída do sul para o norte, ou seja, do Alto para o Baixo Egito, é atribuída ao primeiro faraó, Menés (entre cerca de 3.500 a 3.000 a.C), identificado como Narmer. Com ele se iniciou a primeira de 30 dinastias egípcias, uma história de cerca de 3.000 anos.
O tipo de governo que surgiu com o nascimento do reino egípcio é a monarquia teocrática. Essa caracteriza-se como um regime altamente centralizado, cuja base do poder do faraó está na religião. O seu caráter divino, baseado na sua identificação como a encarnação do deus Hórus, tornava o seu poder absoluto e inquestionável. O faraó era a autoridade máxima em todas as esferas (religiosa, administrativa, social, econômica, judicial, militar), ele era o senhor de todas as terras e de todos os egípcios.
 A arte egípcia foi uma expressão do Estado Teocrático, seguia leis e o artista não era livre para improvisar.
As maiores realizações artísticas egípcias foram os templos e os túmulos. Os mais famosos exemplares, que datam desse período, são as três grandes pirâmides dos faraós Queops, Quefrem e Miquerinos, da 4ª dinastia. Fruto da evolução técnica conseguida, elas são descendentes das mastabas (primeiros túmulos em forma de trapézio) e da experiência do arquiteto Imhotep, construtor da pirâmide escalonada de Sakara (superposição de seis mastabas) do faraó Zoser da 3ª dinastia. Esses colossais túmulos reais são compostos por imensos blocos de pedra, que originalmente eram revestidos com pedra calcárea branca, formando superfícies planas, polidas e brilhantes. Dessa cobertura depredada ao longo dos séculos, só resta uma pequena parte no topo da pirâmide de Quéops. Interiormente, uma série de corredores conduzem à câmara funerária onde era depositada a múmia. Esses corredores após o sepultamento eram obstruídos com pedras como proteção.
Na verdade, as grandes pirâmides são parte de um conjunto funerário maior composto de pirâmides menores destinadas às rainhas e parentes reais, e construções cerimoniais de culto. Parte deste conjunto é a Grande Esfinge, representação híbrida antropozoomorfa com corpo de leão e cabeça humana masculina. Sua construção é atribuída ao faraó Quéfrem.
O custo com materiais e mão-de-obra inviabilizariam essas construções atualmente. Com relação às esculturas egípcias, elas representam tanto o indivíduo como a classe social à qual pertencem. Assim, os nobres são mais idealizados que os inferiores. As esculturas de corpo inteiro encontram-se presas nas costas ao bloco de pedra, uma solução técnica dessa fase. Para conferir equilíbrio à composição destas, as figuras de pé estão sempre como a dar um passo, geralmente com a perna esquerda à frente, de modo a distribuir o peso, não apresentam movimento.
A escultura do faraó Miquerinos e sua esposa demonstram essas características bem como uma certa rigidez no corpo. Já a escultura do escriba sentado, encontrada em Sakara, possui menos rigidez e mais realismo. Os olhos, a boca e a mão direita preparada para escrever denotam um momento de atenção. Os escribas tinham um papel muito importante no Egito Antigo na confecção dos registros e controle dos impostos. Nesta escultura nota-se que a pele foi pintada de vermelho, cor destinada às figuras masculinas e os olhos foram incrustados em branco com a pupila e íris negras de forma a criar uma expressão viva. As paredes dos túmulos (reais e de particulares) e templos eram ornadas com relevos narrativos coloridos acompanhados por inscrições em hieróglifos. Nessas representações bidimensionais não há preocupação com perspectiva e seguem a uma série de convenções estabelecidas. Assim, as figuras mais importantes sempre estão em tamanho maior para dar destaque. As pessoas, quando de corpo inteiro, quase sempre são representadas com os rostos de perfil, o torax frontal e as pernas e braços vistas de lado (Lei da Frontalidade). As mulheres egípcias, geralmente, são pintadas de cor mais clara que os homens, os pintores utilizavam a técnica do afresco (Técnica de pintura mural, executada sobre uma base de gesso ou argamassa ainda úmida).
A arte do Novo Império está fartamente documentada através de seus exemplares. Na arquitetura, destacam-se os imponentes templos. Em alguns templos, obeliscos (grande pilar de pedra vertical com quatro faces). O mais famoso templo do Novo Império era Karnak e Luxor, dedicados ao deus Amon, iniciado em cerca de 1.390 a.C., sofreu acréscimos no decorrer dos séculos pelos faraós que queriam se eternizar. O grandioso Templo funerário da rainha Hatshepsut (1.501-1.480 a.C), em Deir El-Bahri, projetado pelo arquiteto Senmut é outro destaque.                                 
Quanto à arquitetura funerária, devido às violações praticadas nas sepulturas na época, foi escolhido um novo local para os enterramentos: o Vale dos Reis, uma área desértica e de fácil controle e vigilância. Os túmulos no Vale dos reis eram hipogeus, estruturas subterrâneas, com vários compartimentos, escavadas nas encostas das montanhas. Esses compartimentos eram decorados com relevos e pinturas que traziam narrativas sobre a vida do morto, as promessas do além e inscrições mágicas que orientassem a passagem para a vida eterna, dentro dos decretos estabelecidos.
No Novo Império, as esculturas eram realizadas em busca de graça e elegância. Embora houvesse um maior realismo nos rostos, as regras de composição ainda eram seguidas. Uma das maiores contribuições desse período foi a pintura. Utilizada em maior escala na decoração dos túmulos do Vale dos Reis, agora era independente dos relevos. Enquanto os túmulos reais estão submetidos a rígidas convenções, os túmulos particulares oferecem maior liberdade. A arte desse período é bastante característica, retratando os soberanos em situações cotidianas com alto grau de realismo e informalidade.
Nefertiti, a esposa de Akenaton, que teve papel decisivo nessa nova configuração e no culto a Aton, foi imortalizada por um busto sob a guarda do Museu de Berlim.

Principais características da Arte Egípcia
• Arte antropozoomórfica: funde homem e animais para representar as características dos deuses de sua mitologia;
• Integração pictórica: relevos e hieróglifos integrados à arquitetura, escultura e pintura na decoração de interiores;
• Predomínio de formas geométricas, piramidais e simétricas;
• Arte estática, com pouco ou quase nenhum movimento; as pessoas são retratadas em posições rígidas;
• Simbologia das cores: as figuras masculinas são pintadas, predominantemente em vermelho e as femininas em ocre;
http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTpG5RJU4zek11C726iRRBo5VGZN3zQe9ZNU9LbPnHUqMlHtJ0G• Simbologia de gestos e formas: por exemplo pés representados de lado pessoa viva; “pés juntos” representavam um morto;
Lei da frontalidade – a cabeça e as pernas mostradas de perfil (lado); olhos e o tronco, de frente;
• Arte hierarquizada – a posição social era evidenciada pelo tamanho da figura representada o
Faraó, por exemplo, era desenhado maior que o sacerdote e, assim, sucessivamente, o escriba, os soldados e o povo.

ARTE GREGA
“A educação tem raízes amargas, mas os frutos são doces.” (Aristóteles).
PERÍODO ARCAICO (800 a 500 a.C)
Para abordarmos a arquitetura grega, é preciso, inicialmente, expor uma de suas características principais: as ordens arquitetônicas. Uma ordem arquitetônica grega é definida a partir da coluna. A coluna é um elemento de sustentação e decoração vertical de uma construção. Ela é composta por três partes: base, fuste e capitel. A base é o suporte da coluna, uma espécie de pedestal entre o piso do edifício e o fuste. O fuste é o corpo alongado vertical da coluna, que determina a altura da construção. Geralmente, tem a forma cilíndrica. O capitel é a parte superior da coluna, cuja característica decorativa é a mais evidente nas ordens gregas. O entablamento é formado por três elementos sobrepostos: arquitrave, friso e cornija. A arquitrave apoia-se horizontalmente sobre os suportes verticais (colunas), recebendo o peso sobre ela e transmitindo-o para os apoios verticais sob ela (colunas). O friso, geralmente, recebe decorações escultórias. A cornija é uma moldura que serve de coroamento ou de elemento intermediário entre a parede e o teto.
No período arcaico surgiram as ordens dórica e jônica. A ordem principal foi a dórica que trazia o equilíbrio entre a solidez maciça e o refinamento. A coluna dórica não possui base, seu fuste é ornado por caneluras e não é perfeitamente cilíndrico, diminuindo da base para o topo e um capitel quadrangular. Os gregos consideravam a ordem dórica como uma ordem masculina. A coluna Jônica que se desenvolveu ao mesmo tempo que a dórica, assenta-se sobre uma base, o fuste mais fino, tem caneluras




semicirculares mais profundas e separadas umas das outras por uma estreita banda. O capitel é composto por duas volutas ou espirais, é menos simples e mais elegante, sendo considerada pelos gregos uma ordem feminina A ordem jônica,
A principal manifestação arquitetônica grega desse período foi o templo. Ele era composto pelas seguintes partes essenciais: cella ou naos, pronaos, antas ou antae, pteromas, peristilo. A cella ou naos era o local mais sagrado, onde ficava a imagem do deus protetor do templo.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2d/NAMABG-Peplos_Kore_as_Athena.JPGNa escultura arcaica grega os tipos mais característicos são as figuras humanas femininas denominadas koré e as masculinas chamadas kouros. As primeiras esculturas gregas assemelham-se às egípcias pelo caráter maciço, ombros largos, punhos cerrados, perna esquerda adiantada, tratamento do cabelo, gestualidade. São em tamanho natural, de pé. Algumas trazem o nome do escultor (fulano de tal... me fez). É difícil determinar se elas representam o doador, uma divindade ou qualquer pessoa favorecida pelos deuses, como, por exemplo, o vencedor dos jogos atléticos. Outras eram colocadas nas sepulturas, mas não devem ser vistas como retratos; são representações convencionais, imagens impessoais. Nem são deuses nem homens, mas seres intermédios, tipos de um ideal de perfeição física e de vitalidade.
http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT7wgis3NfY3Pv3jf1CFiEfVJetH40Cw76kzUzCF46Mbg67N5HvwQAs esculturas ditas koré (que significa mulher jovem) são severas, estão sempre vestidas, originalmente trazem a mão esquerda estendida para a frente como que ofertando um objeto votivo, apresentam, muitas vezes, vestígios de policromia (colorido).
O kouro, diferentemente da koré, está sempre nu. As formas são vigorosas e compactadas, os músculos e a rótula do joelho são acentuados. Em muitos exemplares os punhos estão ligados às coxas. O cabelo é estilizado. Do rosto, destacam-se os olhos grandes que procuram fitar os observadores.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpm32hZM9tyJ9eQ8qcnXt1nfeq2UK6WZq-A4Q5EqjLy6g3XjGxGuz9s9Rfcfa7vK1EXYG2w_cKShz8c7PDfN7ssqeGH4UQbgUFYDB-cXNEaBsC6zFmZTFSymwuwwAPEmYeJTxuLe_CsIs/s1600/vasos-gregos-1.pngQuanto à pintura no período arcaico, dos murais e painéis quase nada restou. A pintura cerâmica é que nos fornece uma riqueza de exemplares. Sua decoração é essencialmente figurativa. A temática engloba cenas mitológicas, lendas e vida cotidiana. A pintura é dividida em três grupos: figuras pretas sobre o fundo vermelho, figuras vermelhas sobre o fundo preto e figuras sobre o fundo branco(helenístico)
PERÍODO CLÁSSICO (500 a 336 a.C)
O século V a.C é o século áureo da Grécia, em especial para Atenas. Foi o século de Péricles, do apogeu da democracia escravista, do florescer da cultura e da arte. Além do expansionismo comercial, Péricles favoreceu as grandes construções públicas em Atenas como forma de gerar empregos, reduzindo as tensões sociais. Sob seu governo foram realizadas as grandes obras primas da arte grega.
Datam do século IV a.C. os mais famosos teatros gregos. O teatro era composto por 3 partes: uma cena, a orquestra (espaço circular ou semicircular central, onde ficava o coro) e um semicírculo de degraus onde ficava a plateia.
O teatro para contar história se utiliza da palavra, dança, música, pintura e tudo ao vivo. Os gregos criaram seu próprio teatro. Em Atenas, celebrava-se o culto de Dionísio (deus da uva e do vinho), acontecimento muito apreciado pela população camponesa. Já as Grandes Dionisíacas eram as celebrações urbanas, quando se realizavam os famosos concursos entre autores, entre os principais estão: Eurípedes, Sófocles, Aristófanes e Ésquilo.
As encenações das peças eram feitas exclusivamente por atores masculinos que usavam máscaras de barro ou madeira e representavam também personagens femininos.
No período clássico, o teatro tornou-se uma manifestação artística independente, embora os principais temas permanecessem ligados à religião e à mitologia. Os dois gêneros básicos do drama teatral foram a tragédia e a comédia.
A tragédia era um estilo nobre e elevado, que desperta, fatalidade, purgação, compaixão, piedade e terror. Os heróis eram Reis, pessoas ilustres e com poder, fundamentava-se na temática mitológica e o júri era composto por pessoas escolhidas pelo magistrado, pessoas de famílias aristocráticas e que se destacavam na sociedade. Para os autores clássicos, era o mais nobre dos gêneros literários.
Era constituída por cinco atos e, além dos atores, intervinha o coro, que manifestava a voz do bom senso, da harmonia, da moderação, face à exaltação dos protagonistas.
Na tragédia o herói sofre sem culpa. Ele tem o destino traçado e seu sofrimento é irrefutável e as vezes morre no final
A comédia era considerada um gênero literário menor, onde o herói era palhaço, bobo, inocente, santo, idiota, trapalhão, fingidor. Não possuía nenhum padrão rígido de fundamentação mitológica. Elaborava críticas ao político, governantes e costumes da época e o júri composto por cinco pessoas da plateia escolhidas por sorteio. A temática era voltada para o cotidiano, vida privada, intimidade dos cidadãos, amor, prazeres da vida, intrigas sentimentais.
No final do século V a.C surge a ordem coríntia, mais decorada, assemelha-se a um sino invertido, traz duas fileiras horizontais de folhas de acanto e  no capitel 4 volutas enroladas duas a duas.
A escultura e a pintura eram manifestações antropocênticas de alto realismo, de grande perfeição nas formas. Fídias e Miron foram os maiores expoentes na estatuária. A estatuária monumental em movimento foi uma das mais interessantes realizações desse período. Os seus mais representativos exemplares foram uma escultura de Poseidon e o Discóbolo de Míron. O Poseidon (para alguns seria Zeus) em bronze, um nu masculino com mais de dois metros, traz o deus em uma posição de arremesso (o tridente se for Poseidon ou o raio se for Zeus), um movimento magnificamente capturado.
O Discóbolo, o atleta lançador de disco, foi criado pelo escultor Míron. Retrata o movimento de lançamento através da torsão do tronco, a elevação do braço direito e a posição das pernas
Não há pinturas murais nem painéis deste período, apenas pintura cerâmica.
PERÍODO HELENÍSTICO (336 a 146 a.C)
Nesse período, a mentalidade grega foi profundamente modificada. Marcado pela cultura grega, Alexandre, o Grande, (356-323 a.C.), que teve como mestre o grande filósofo Aristóteles, realizou com a sua conquista do mundo um processo de fusão das culturas grega e orientais que se configurou num estilo chamado helenístico. Seus principais representantes encontram-se expressos na arte escultórica. Nesse período, “o escultor torna-se cada vez mais livre; ele já não tem de limitar-se a um certo número de tipos bem definidos e, a partir de então, pode representar a velhice ou a infância, esculturas em grupo, dedicar-se às cenas de costumes inspiradas na vida cotidiana, utilizar francamente o relevo com finalidade narrativa ou descritiva”. A arte helenística é marcada pela dramaticidade, pelo sentimento.

 O Gaulês moribundo reproduz detalhadamente os traços físicos, o rosto e o cabelo. Também acrescenta o torques, um colar típico dos celtas. Despido, ferido, derrotado, de cabeça baixa, tentando apoiar-se no braço direito, esse guerreiro em sua agonia final possui uma dramaticidade pungente. Surpreendentemente, a famosa Vênus de Milo não é uma obra do período clássico. Embora seja a expressão da beleza e perfeição, obedecendo aos cânones das proporções de Lisipo, ela é uma obra helenística não só por ter sido realizada nesse período. Ela não é uma figura feminina idealizada, ela foi retratada com muito realismo, detalhamento, individualização, marcas do helenístico. De maior efeito dramático é a Nike (Vitória) de Samotrácia, uma escultura comemorativa dessa batalha. A vitória militar é personificada numa figura feminina, representada sobre a proa de um navio proclamando a sua glória. Essa escultura é puro movimento. O vento parece soprar imprimindo animação, dinâmica à sua veste, que se cola ao corpo.
ARTE ROMANA

"O que é a arte romana?" O gênio romano, tão facilmente identificável em qualquer outra esfera de atividade humana, torna-se estranhamente enganoso quando perguntamos se existiu um estilo romano nas artes. Por que isso acontece? A razão mais óbvia é a grande admiração que os romanos tinham pela arte grega de todos os tipos e períodos, porém os romanos tinham uma temática diferente, pois enquanto os gregos buscavam a beleza os romanos buscavam a funcionalidade e diversidade de estilos. Assim, não devemos insistir em avaliar a arte romana segundo os padrões da arte grega, perto da qual poderia parecer, superficialmente, uma fase final e decadente.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiA-figiFltw0kuVufWKOputVt34uOnJN2Z8ecE8xX2xbHvr7yV3t_LJy3hpcNoGjvJoLWunEztJMY45RQjUuf4vDFj-ej8Z_B8C4u33cUS10i6WdT1Q4-QvDtRM7sbCzqr48TzKDCIw/s1600/400px-Statue-Augustus_white_background%5B1%5D.jpgOs romanos ao contrário de outros povos, que retratavam seus imperadores, procuravam representar todos os habitantes do amplo Império, desde a classe média até os próprios escravos.

ARQUITETURA

Os romanos foram grandes mestres da arquitetura, mesclou influências etruscas e gregas, com as característica de sua própria civilização, principalmente a partir do século II a.C., quando as conquistas romanas possibilitaram a formação de uma elite enriquecida e ao mesmo tempo fortaleceu o Estado.
Dos etruscos herdaram o arco pleno (180º) e a abóbada, possibilitando o aumento do espaço interno, que antes eram limitados por colunas. Dos gregos herdaram as concepções clássicas dos estilos Dóricos, Jônicos e Coríntios, além do naturalismo helenístico grego.

A imponência e a grandiosidade das construções romanas, reflete as conquistas e as http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT75koEco3nDT5nL1bWZykP9m7mtwYHLVmfktm353XHvUvGtWmMXAriquezas desta sociedade - templos, basílicas, anfiteatros com destaque para o coliseu, arcos de triunfo, colunas comemorativas (Trajano), termas e edifícios administrativos - eram obras que apresentavam dimensões monumentais.
Os romanos ainda construíram aquedutos que transportavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas.
A arquitetura romana era essencialmente funcional com um teor realista profundo, mais prática e menos voltada para os ideais gregos de beleza; grandiosa, transpirava força, sentimento e originalidade.
Panteão é o templo dedicado a todos os deuses tem como características marcantes: uma cúpula esférica, uma relação proporcional entre altura e largura, uma abertura circular no alto, ao centro (que podia ser fechada com um postigo de bronze, para controlar a temperatura do ambiente).
ESCULTURA
A influência grega fez com que surgissem em Roma os copistas, que retratavam com extrema fidelidade as principais obras clássicas (gregas), de homens consagrados como Fídias e Praxítel.
O racionalismo e a fidelidade ao real orientaram a produção da estatuária romana e serviram para satisfazer o desejo de glorificação pessoal e de comemoração de conquistas e grandes feitos. Proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas equestres de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade.
A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomou forma nos relevos que se desenvolveram na fachada de templos e dos Arcos de triunfo (Tito (c. 81 d.C.), no Foro romano, e o de Bará, em Tarragona, na Espanha). Também merece destaque a Coluna de Trajano, erigida para celebrar as campanhas vitoriosas do imperador sobre os Dácios (antigos habitantes da Romênia) narradas em forma de relevo.
PINTURA
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/87/Rome-ArcheTitus.jpg/250px-Rome-ArcheTitus.jpgNa pintura, da qual restam hoje poucos exemplares, encontrados em grande parte nas cidades de Pompéia e Herculano, soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. e descoberta no século XVIII, estava presente uma temática variada e ampla, pelo que se deduz de textos literários antigos – entre outros temas fatos históricos, mitos, cenas do dia-a-dia, retratos e naturezas-mortas. Nas ruínas destas cidades encontram-se principalmente vestígios de uma pintura mural.

ARTE PALEOCRISTÃ

Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam seu estilo por toda a Europa e parte da Ásia, os cristãos (aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram grandes artistas. Surge a arte cristã primitiva.
Os romanos testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual marcou uma nova era e uma nova filosofia. Com o surgimento de um "novo reino" espiritual, o poder romano viu-se extremamente abalado e teve início um período de perseguição não só a Jesus, mas também a todos aqueles que aceitaram sua condição de profeta e acreditaram nos seus princípios principalmente em 64 d.C. por Nero.
Esta perseguição marcou a primeira fase da arte paleocristã: a fase catacumbária, que recebe este nome devido às catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os primeiros cristãos secretamente celebravam seus cultos. Nesses locais, a pintura é simbólica, simples e grosseira.
Simbologia: Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por um peixe, pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as iniciais da frase: "Jesus Cristo Filho de Deus Salvador". Outra forma de simboliza-lo é o desenho do pastor com ovelhas "Jesus Cristo é o Bom Pastor" e também, o cordeiro "Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus". Passagens da Bíblia também eram ali simbolizadas, por exemplo: Arca de Noé; Jonas engolido pelo peixe e Daniel na cova dos leões. Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores de Roma.
Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 313 d.C. o imperador Constantino legaliza o cristianismo e mudo a capital do império romano para Bizâncio.
                2a fase da arte paleocristã: a fase basilical.
Tanto os gregos como os romanos, adotavam um modelo de edifício denominado "Basílica" (origem do nome: Basileu = Juíz), lugar civil destinado ao comércio e assuntos judiciais. Eram edifícios com grandes dimensões: um plano retangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três naves separadas por colunas e uma única porta na fachada principal.
Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para eles pudessem usar como local para as suas celebrações. O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material escolhido para o revestimento interno das basílicas, utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento.
Em 395 d.C., o imperador Teodósio dividiu o Império Romano entre seus dois filhos: Honório e Arcádio. Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, tendo Roma como sua capital, e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, com a capital Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul).
O império Romano do Ocidente sofreu várias invasões, principalmente de povos bárbaros, até que, em 476 d.C., foi completamente dominado(esta data, 476 d.c., marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média). Já o Império Romano do Oriente (onde se desenvolveu a arte bizantina), apesar das dificuldades financeiras, dos ataques bárbaros e das pestes, conseguiu se manter até 1453, quando a sua capital Constantinopla foi totalmente dominada pelos muçulmanos (esta data, 1453, marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna).
A pintura paleocristã é bastante escassa e totalmente simbólica feitas por homens do povo. Restaram alguns afrescos, encontrados nos muros das catacumbas; seus temas eram sempre baseados no Cristianismo, podiam representar orações, figuras humanas e de animais, símbolos cristãos e passagens dos Evangelhos e cenas típicas da vida religiosa da época.
A escultura se destaca mais por seu significado e simbolismo do que pelas formas e é encontrada nos sarcófagos. Baixos relevos de pouca qualidade transmitem a espiritualidade. Suas figuras dão ênfase às cabeças, que seriam para eles o centro da espiritualidade.
Existem poucas estátuas e quase sempre representavam o Bom Pastor. As decorações dos sarcófagos compreendiam cenas em sequência, personagens entre colunas e um medalhão central.

ARTE BIZANTINA

O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros séculos de nossa era. Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por Constantinopla, hoje conhecida como Istambul, maior cidade da Turquia. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã - Arte Bizantina.
Graças a sua localização (Constantinopla) a arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como na cor.
A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas meros executores. O regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus.
Mosaico (pequenos pedaços de pedras colocadas sobre o cimento fresco de uma parede): Sua origem remonta à Grécia, mas foi em Bizâncio que se usou o mosaico pela primeira vez para decorar paredes e abóbadas e não apenas pisos, é expressão máxima da arte bizantina, instruindo os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com maior bem existente na terra: o ouro.
A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos totalmente decorados. A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Tal método tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido.
Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos tinham contra a estatuária que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e consequentemente a escultura não teve tanto destaque neste período. O que se encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.
A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano. Porém, logo sucedeu um período de crise chamado de Iconoclastia. Constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o clero.
A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro da arte bizantina. E essa arte extravasou em muito os limites territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos.
UM POUCO MAIS DE SANTA SOFIA
A verdadeira beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do Império Bizantino, encontra-se no seu vasto interior. Um olhar mais atento permite ao visitante ver o trabalho requintado dos artífices bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora restaurados; no mármore profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais, folhas de acantos envolvem o monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora. No alto, sobre um solo de mármore, bordada em filigrama de sombras dos candelabros suspensos, resplandece a grande cúpula.
Embora a igreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na sua magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz - um claro-escuro admirável quando os raios de sol penetram e iluminam o seu interior.