Wilson Rebouças

                                        O Governo Jose Sarney
Prof° Wilson Rebouças

Com a morte de Tancredo, o vice José Sarney assumiu a presidência da República. E, com o objetivo de ganhar a confiança dos setores democráticos, restabeleceu eleições diretas para presidente da República, estendeu direito de voto aos analfabetos e prometeu ao país uma nova Constituição. O lema do seu governo era: ‘’tudo pelo social’’
Sarney assumiu o poder em um momento em que a inflação crescia em média 18% ao mês,corroendo os salários e gerando insatisfação social. Para enfrentar essa situação, em 1986, o governo Sarney lançou o Plano Cruzado, o qual previa:
. a criação de uma nova moeda, o Cruzado,para substituir o Cruzeiro ( cada cruzado correspondia a 1.000 cruzeiros);
. o congelamento de preços,tarifas e serviços;
. reajuste automático dos salários sempre que a inflação acumulada atingisse 20%;
. a criação do seguro-desemprego.
Nos primeiro meses do plano a inflação caiu e a popularidade do governo cresceu. Mas com o congelamento dos preços ocorreu uma corrida ao consumo e, com isso, começaram a faltar mercadorias,algumas de primeiras necessidade. Aproveitando-se dessa situação muitos empresários começaram a praticar o ágio- cobrança acima do peso.
Apesar disso, o governo manteve o congelamento de preços e, por isso, venceu as eleições parlamentares e para os governos estaduais, em 15 de novembro de 1986, o PMDB elegeu a maioria dos governadores, senadores e deputados. Vencidas as eleições, o governo Sarney reajustou os preços das tarifas públicas (água,luz,gás), da gasolina, do álcool e de vários outros produtos. Esses reajustes foram muito mal recebidos pela população,que se sentiu enganada pelo governo. Ao mesmo tempo, com a liberação dos preços a inflação voltou a subir.
No último ano do governo Sarney, o povo brasileiro encontrava-se bastante insatisfeito,em razão das seguidas denuncias de corrupção envolvendo membros do governo e da situação social do país; e manifestava sua insatisfação por meio de protestos, de saques a lojas e supermercados e de greves. Foi nesse ambiente conturbado que se iniciou a campanha presidencial de 1989.


Wilson Rebouças - HISTORIA


                                 O Governo JK

A UDN não conformou com a derrota nas eleições; Carlos Lacerda seu principal líder,passou a dizer que os eleitos não tinham a maioria absoluta (50% mais um), que eram apoiados pelos comunistas e que era necessário um golpe militar para impedir a posse de Juscelino e Jango. Mas o golpe não aconteceu: o general legalista Henrique Teixeira Lott colocou seus soldados nas ruas e obrigou os golpistas a fugirem. Com isso ele garantiu a posse de Juscelino Kubitschek.
Juscelino Kubitschek elegeu-se prometendo que faria o Brasil progredir 50 anos em 5 (tempo de duração de seu mandato). Sua política de desenvolvimento é chamado de desenvolvimentismo e pode ser mais bem compreendida.
Tanto Vargas quanto Juscelino defendiam a industrialização acelerada como forma de desenvolver e modernizar o país. Mas enquanto para Vargas o governo devia limitar a entrada de capital estrangeiro,facilitando as empresas multinacionais aqui instaladas a importação de maquinas e equipamentos e concedendo a elas a isenção de impostos por vários anos.
Em um estilo otimista e arrojado,Juscelino iniciou seu mandato apresentando ao país  seu plano de metas: um plano de governo que previa investimentos públicos em cinco grande áreas: energia,transporte,indústria,alimentação e educação.
Coerente com o seu plano, o governo investiu milhões na indústria de base,construindo siderúrgicas,como Usiminas e Cosipa; hidrelétricas,como três marias e furnas; portos e mais de 20 mil quilômetros de estradas e rodagem.
Ao mesmo tempo,o governo ofereceu facilidades e incentivos e com isso atraiu empresas multinacionais que instalaram fábricas no Brasil para produzir bens de consumo. Entre essas empresas estavam fábricas de veículos do ABC paulista,como a Willy Over Land,Ford, Volkswagen e a General Motors.
Em termos empresarias, a indústria automobilística foi um sucesso. Mas ao incentivar a produção de veículos, o governo deixou de lado os meios de transportes coletivo, como o trem; as ferrovias foram praticamente abandonadas, e o transporte passou a depender cada vez mais das rodovias, do petróleo e de seus derivados indicio de que no geral o plano de metas foi bem sucedido. Muitas de suas metas foram alcançadas,inclusive a construção de Brasília conhecida como meta-síntese.
A ideia da construção de Brasília  não era nova. Havia muito se pensava em mudar a capital para o interior do país. Coube,no entanto, ao governar Juscelino a glória dessa obra planejada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo urbanista Lúcio Costa. Mas para que essa Idea se transformasse em realidade, foi necessário que milhares de pessoas humildes e desconhecidas,vindas de vários cantos do país, trabalhassem muito durante três anos consecutivos. Graças principalmente a esses trabalhadores Juscelino pôde inaugurar Brasília em 21 de abril de 1960.
Se,por um lado, o governo JK conseguiu promover uma arrancada industrial,por outro,permitiu que a inflação disparasse e chegasse a 30,5% ao ano. A industrialização verificada no governo JK criou um clima de otimismo e gerou muitos empregos,mas não beneficiou igualmente todas as regiões brasileiras.
As industrias recém criadas instalaram-se quase toda no centro sul, o que aumentou ainda mais as diferenças socioeconômicas entre as regiões do país. Isso contribuiu para que ocorresse na época uma forte migração para o centro-sul; milhares de nordestino e de mineiros (do interior do estado) deixaram sua terra natal e se mudaram para São Paulo,Rio e Belo Horizonte em buscas de novos empregos na industria.
JK governou com o apoio do congresso e respeitou a liberdade da imprensa,conseguindo com isso manter a estabilidade política. Por isso pode se dizer que os anos JK combinaram estabilidade política e crescimento industrial; mas também aquele ano foram tempo de inflação alta e de aumento das desigualdades sociais e regionais.



WILSON - HISTORIA

                                                          O Governo Collor (1990 1992)


Foi nesse ambiente conturbado que se iniciou a campanha presidencial de 1989.
Um dos candidatos era o então governador de Alagoas. Fernando Collor de Mello. Membro de uma família tradicional que contava com vários empresários e políticos, Collor era formado em Economia e Comunicação Social. Apresentava-se como um líder indignado com a corrupção.
Luis Inácio Lula da Silva,adversário de Collor, tinha origem operária e tornou-se popular ao liderar greves no ABC paulista,entre 1978 e 1980. Lula defendia a reforma agrária, o fim da pobreza e a suspensão do pagamento da dívida externa brasileira.
Em 1989, depois de quase 30 anos sem eleição diretas,os brasileiros voltaram ás urnas para eleger o presidente da República. Fernando Collor de Mello, do partido da Reconstrução Nacional (PRN), venceu Luis Inácio Lula da Silva, do partido dos Trabalhadores (PT), no segundo turno. Collor recebeu 35 milhões de votos contra 31,3 milhões dados a Lula.
Quando Collor assumiu o poder, em janeiro de 1990, a inflação atingia o índice alarmente de 85% ao mês. Prometendo que resolveria o problema da inflação ‘’com um só tiro’’, o novo presidente lançou o plano Collor, que :
a)      Bloqueou todo o dinheiro,acima de 50 mil cruzados novos,
depositado em contas bancárias de pessoas e empresas.
b)      Congelou os preços,demitiu funcionários públicos e elevou os impostos;
c)       Elevou os juros com o objetivo de diminuir os consumo;
d)      Eliminou vários impostos sobre  a importação,ocasionando a entrada de uma enxurrada 
de produtos estrangeiros no Brasil,de brinquedos a automóveis.
Retirando o dinheiro de circulação,freando o consumo, abrindo o mercado brasileiro ás importações e forçando a queda nos preços dos produtos nacionais, o governo conseguiu diminuir a inflação. Em compensação, as vendas no comércio e a produção industrial caíram muito. Muitas empresas faliram; outras reduziram os salários e despediram funcionários,ocasionando um aumento do desemprego.
A insatisfação popular gerada pela recessão na economia aumentou ainda mais com a explosão de uma série de escândalos envolvendo o governo Collor. O maior deles foi a descoberta em 13 de Outubro do esquema PC: uma vasta rede de corrupção liderado pelo empresário Paulo César Farias,amigo e tesoureiro da campanha de Collor. Comprovou-se que PC Farias recebia altas somas em dinheiro de grandes empresários para liberar verbas do governo. Parte desse dinheiro ia para contas fantasmas e era usado para pagar as despesas pessoais de Collor, seus familiares e amigos.
A população brasileira reagiu as noticias promovendo grandes manifestações públicas e exigindo o afastamento de Collor e o fim da corrupção. Entre os manifestantes,havia um grande número de caras-pintadas: jovens que pintavam o rosto com as cores da bandeira nacional,protestando contra a falta de ética na política.

Sob forte pressão da sociedade civil, em setembro de 1992, a maioria dos deputados voltou a favor da abertura do processo. Apartir daí, caberia ao Senado julgar o presidente. Ao perceber que iria ser derrotado no Senado, Collor renunciou. Apesar disso,foi condenado pelo Senado a ficar sem direitos políticos por oito anos.