O Governo Collor (1990 1992)
Foi nesse ambiente conturbado que se iniciou a campanha
presidencial de 1989.
Um dos candidatos era o então governador de Alagoas.
Fernando Collor de Mello. Membro de uma família tradicional que contava com
vários empresários e políticos, Collor era formado em Economia e Comunicação
Social. Apresentava-se como um líder indignado com a corrupção.
Luis Inácio Lula da Silva,adversário de Collor, tinha origem
operária e tornou-se popular ao liderar greves no ABC paulista,entre 1978 e
1980. Lula defendia a reforma agrária, o fim da pobreza e a suspensão do
pagamento da dívida externa brasileira.
Em 1989, depois de quase 30 anos sem eleição diretas,os
brasileiros voltaram ás urnas para eleger o presidente da República. Fernando
Collor de Mello, do partido da Reconstrução Nacional (PRN), venceu Luis Inácio
Lula da Silva, do partido dos Trabalhadores (PT), no segundo turno. Collor
recebeu 35 milhões de votos contra 31,3 milhões dados a Lula.
Quando Collor assumiu o poder, em janeiro de 1990, a
inflação atingia o índice alarmente de 85% ao mês. Prometendo que resolveria o
problema da inflação ‘’com um só tiro’’, o novo presidente lançou o plano Collor, que :
a)
Bloqueou todo o dinheiro,acima de 50 mil
cruzados novos,
depositado em contas bancárias de pessoas e empresas.
b)
Congelou os preços,demitiu funcionários públicos
e elevou os impostos;
c)
Elevou os juros com o objetivo de diminuir os
consumo;
d)
Eliminou vários impostos sobre a importação,ocasionando
a entrada de uma enxurrada
de produtos estrangeiros no Brasil,de brinquedos a
automóveis.
Retirando o dinheiro de circulação,freando o consumo,
abrindo o mercado brasileiro ás importações e forçando a queda nos preços dos
produtos nacionais, o governo conseguiu diminuir a inflação. Em compensação, as
vendas no comércio e a produção industrial caíram muito. Muitas empresas
faliram; outras reduziram os salários e despediram funcionários,ocasionando um
aumento do desemprego.
A insatisfação popular gerada pela recessão na economia
aumentou ainda mais com a explosão de uma série de escândalos envolvendo o
governo Collor. O maior deles foi a descoberta em 13 de Outubro do esquema PC: uma vasta rede de corrupção
liderado pelo empresário Paulo César Farias,amigo e tesoureiro da campanha de
Collor. Comprovou-se que PC Farias recebia altas somas em dinheiro de grandes
empresários para liberar verbas do governo. Parte desse dinheiro ia para contas
fantasmas e era usado para pagar as despesas pessoais de Collor, seus
familiares e amigos.
A população brasileira reagiu as noticias promovendo grandes
manifestações públicas e exigindo o afastamento de Collor e o fim da corrupção.
Entre os manifestantes,havia um grande número de caras-pintadas: jovens que pintavam o rosto com as cores da
bandeira nacional,protestando contra a falta de ética na política.
Sob forte pressão da sociedade civil, em setembro de 1992, a
maioria dos deputados voltou a favor da abertura do processo. Apartir daí,
caberia ao Senado julgar o presidente. Ao perceber que iria ser derrotado no
Senado, Collor renunciou. Apesar disso,foi condenado pelo Senado a ficar sem
direitos políticos por oito anos.